sábado, 27 de agosto de 2011

Nam-myoho-rengue-kyo - ADMISSÃO


Nam-myoho-rengue-kyo

Edição 515 - Publicado em 16/Julho/2011 - Página 52

Princípios básicos e personagens do Budismo

“Praticamos o Budismo Nitiren para construirmos um brilhante palácio de felicidade nas profundezas de nossa vida”
O Nam-myoho-rengue-kyo é a ex­pres­são da verdade suprema da vida, a essência do Sutra de Lótus. Ao recitar o Nam-myoho-rengue-kyo com forte fé, pode-se atingir sem falta o estado de Buda. Nitiren Daishonin revelou o Nam-myoho-rengue-kyo, recitando-o pela primeira vez em 28 de abril de 1253 e apresentou o caminho direto para a iluminação de todas as pessoas das gerações futuras.
Myoho-rengue-kyo é o título do Sutra de Lótus. Este é o ensino de Sakyamuni, primeiro Buda registrado na história, que viveu na Índia há cerca de três mil anos. Muitas eras decorreram até que, no século 13, no Japão, Nitiren Daishonin, após ter estudado a fundo as principais doutrinas, chegou à conclusão de que o Sutra de Lótus continha o ensino mais profundo de Sakyamuni. Ele concluiu que o título Myoho-rengue-kyo era a essência do Sutra de Lótus. Ao antepor a palavra Nam, que deriva do sânscrito Namas e significa “devotar a própria vida”, aos cinco caracteres de Myoho-rengue-kyo, Daishonin transformou o que seria um simples título num ato de devoção para atingir a suprema condição de vida do estado de Buda, ou a iluminação.
Na escritura “O Daimoku do Sutra de Lótus”, Nitiren Daishonin mostra quão extraordinário é conhecer e recitar o Nam-myoho-rengue-kyo por meio da seguinte passagem: “Suponha que alguém espete uma agulha no topo do Monte Sumeru de um mundo e, posicionando-se no topo do Monte Sumeru de outro mundo, num dia de forte ventania, atire uma linha a fim de passá-la pelo buraco da agulha. Seria mais fácil a pessoa conseguir acertar o orifício da agulha com a linha do que encontrar o Daimoku do Sutra de Lótus. Portanto, quando recitar o Daimoku desse Sutra, deve estar ciente de que sua alegria será maior que a da pessoa cega que começa a enxergar e vê os pais pela primeira vez. E será algo mais raro do que um homem que, tendo sido preso por um poderoso inimigo, ao ser libertado, reencontra a esposa e os filhos” (END, v. 2, p. 179).
Analisemos agora o significado literal da palavra Nam-myoho-rengue-kyo:
Nam: deriva do sânscrito Namas e significa “devotar a própria vida”.
• Myoho-rengue-kyo: título do Sutra de Lótus, o principal ensino do Buda Sakyamuni.
Myoho: Lei Mística, a realidade imutável e essencial de todos os fenômenos.
• Myo: quer dizer místico, não no sentido de milagre, mas indica que o mistério da vida é de inimaginável profundidade e, portanto, além da compreensão do homem.
• Ho: significa lei. A natureza da vida é tão mística e profunda que transcende o âmbito do conhecimento humano. Uma lei familiar é observada no desenvolvimento do ser humano. Ele nasce como um bebê, cresce para ser um jovem e torna-se idoso para morrer. Isso é, obviamente, uma inquebrável lei, regulando cada espécie de vida. Ninguém jamais pode nascer como adulto ou escapar desse ciclo.
Rengue: significa flor de lótus, que simboliza a simultaneidade de causa e efeito, pois a flor e a semente germinam ao mesmo tempo. O Budismo explica que todos os fenômenos do universo são regidos por essa lei. Em termos de pessoa, a condição da vida presente é o efeito das causas acumuladas no passado, e o momento presente é a causa da condição da sua vida futura. Esse princípio da simultaneidade de causa e efeito indica que os nove mundos (causa) e o mundo do estado de Buda (efeito) existem simultaneamente em cada momento da vida, não havendo, portanto, nenhuma diferença fundamental entre um buda e uma pessoa comum. Em termos de prática, Daishonin ensinou que, quando uma pessoa recita o Nam-myoho-rengue-kyo com fé (causa) no Gohonzon, o estado de Buda (efeito) manifesta-se instantaneamente no seu interior.

Kyo: significa sutra ou o ensino do Buda que é eterno; propaga-se pelas três existências da vida — passado, presente e futuro —, transcendendo as condições mutáveis do mundo físico e do ciclo de nascimento e morte. Pelo fato de Sakyamuni ter ensinado por meio da pregação — ou seja, ele usou a própria voz — a palavra kyo é algumas vezes interpretada como “som”. Nitiren Daishonin declarou em “Registro dos Ensinos Orais”: “Kyo corresponde às palavras e ao discurso, ao som e à voz de todos os seres” (Gosho Zenshu, p. 508). O caractere chinês usado para designar kyo significa o ensino que deve ser preservado e transmitido para a posteridade. Esse caractere era empregado na China com o significado de “livros” ou “clássicos”, como no caso do confucionismo e do taoísmo. Quando as escrituras budistas foram levadas da Índia para a China, o caractere era usado com o significado de “sutra”. É nesse sentido que Nitiren Daishonin interpreta a palavra quando diz: “Aquilo que é eterno, que se propaga pelas três existências, é chamado kyo” (Gosho Zenshu, p. 508).
Assim, do ponto de vista do significado literal, o Nam-myoho-rengue-kyo abrange todas as leis, toda a matéria e todas as formas de vida existentes no universo. Se expandirmos ao espaço ilimitado, é o mesmo que a vida do universo, e se condensarmos ao espaço limitado, é igual à vida dos seres humanos. No entanto, essa ideia é superficial, pois a mera tradução dos caracteres não expõe a profundidade da Lei Mística em sua totalidade. Na verdade, o Budismo não se compreende racionalmente e, sim, com a própria vida.
A recitação diária, pela manhã e à noite, do Nam-myoho-rengue-kyo é a prática fundamental do Budismo. Nitiren Daishonin ensinou que, por meio da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo, com fé no Gohonzon, podemos manifestar a Lei Mística — a realidade fundamental, a essência da vida. Somente com a sincera recitação do Nam-myoho-rengue-kyo conseguimos elevar nossa condição de vida.
Na prática, essa recitação nos proporciona sentimentos positivos, como alegria, coragem, esperança, sabedoria para desafiar e superar as dificuldades do dia a dia. Em “Resposta a Kyo’o”, Nitiren Daishonin nos orienta sobre a força do Nam-myoho-rengue-kyo, utilizando-se da célebre frase: “O Nam-myoho-rengue-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, v. I, p. 275)
O presidente Ikeda ensina sobre a boa sorte da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo na seguinte orientação: “Se acreditamos na Lei Mística e recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo, pondo nossa vida ao ritmo da Lei do Universo, podemos desenvolver um ‘eu’ forte, rico e saudável que brilha com intelecto e sabedoria e transborda de felicidade por toda a eternidade. Assim como o Buda está dotado dos dez títulos honoríficos, nós também seremos coroados com imensa boa sorte e benefício. Praticamos o
Budismo Nitiren para construirmos um brilhante palácio de felicidade nas profundezas de nossa vida” (BS, edição nº 1.586, 1º de janeiro de 2001, p. 4).
Independentemente das circunstâncias, a continuidade da recitação da Lei Mística é de suma importância. É o que Nitiren Daishonin nos ensina no escrito “A Felicidade neste Mundo”, dedicado a Shijo Kingo: “Sofra o que tiver de sofrer. Desfrute o que existe para ser desfrutado. Considere tanto o sofrimento como a alegria como fatos da vida e continue recitando o Nam-myoho-rengue-kyo, não obstante o que aconteça. Então, experimentará a infinita alegria da Lei. Fortaleça sua fé mais do que nunca” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, v. III, p. 199).

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