segunda-feira, 29 de agosto de 2011

NOTAS - 1 º GRAU


NOTAS

Edição 514 - Publicado em 11/Junho/2011 - Página 27
1. Oitenta mil ensinos: Também denominado oitenta mil ensinos sagrados e oitenta e quatro mil ensinos. A totalidade dos ensinos expostos pelo Buda Sakyamuni durante sua existência. O número é frequentemente citado como “oitenta e quatro mil”. Esse cálculo não é exato. É usado para indicar simplesmente um número muito grande.
2. Doze divisões das escrituras: Classificação dos ensinos do Buda Sakyamuni de acordo com o conteúdo e o estilo de apresentação. O termo “doze divisões das escrituras” costuma ser empregado no mesmo sentido que os “oitenta mil ensinos”, para indicar o conjunto de doutrinas expostas pelo Buda.
3. Budas das dez direções: As oito direções da bússola mais o zênite e o nadir.
4. Esse dado se baseia em pesquisas recentes. Até então, acreditava-se que os membros do clã Ikegami ocupavam importantes cargos na Secretaria de Construção e Manutenção do governo militar de Kamakura, mas estudos mostram que não era exatamente assim.
5. Três venenos da avareza, ira e estupidez: Males fundamentais inerentes à vida que originam o sofrimento humano. Na obra Tratado sobre a Grande Perfeição da Sabedoria, de Nagarjuna, os três venenos são vistos como a fonte de todas as ilusões e de todos os desejos mundanos. São assim chamados porque contaminam a vida das pessoas e as impedem de voltar o coração e a mente para o bem.
6. Essa metáfora consta no 27º capítulo do Sutra de Lótus, “Rei Adorno Maravilhoso”. Indica que é extremamente raro uma pessoa encontrar o Buda e os ensinos dele. A dificuldade é muito maior que a encontrada por uma tartaruga de um olho só à procura de um tronco de sândalo flutuando no mar, com uma concavidade do tamanho exato para acomodá-la.
7. Metáfora para uma ação impossível. Na cosmologia indiana, o monte Sumeru é um pico monumental que se eleva do centro do mundo.
8. Mundo saha: O mundo cheio de sofrimentos em que vivemos. É frequentemente traduzido como “mundo onde se resiste”. Saha quer dizer “terra”; deriva de um radical que significa ”suportar” ou “resistir”. Nesse contexto, “mundo saha” é o lugar em que os seres humanos devem resistir aos sofrimentos. Também é descrito como uma terra impura, contaminada pelos desejos mundanos e pelas ilusões.
9. Cinco impurezas: As impurezas da época, do desejo, dos seres vivos, da visão (ou do pensamento) e da própria vida. São mencionadas no segundo capítulo do Sutra de Lótus, “Meios”. (1) A impureza da época compreende as constantes rupturas da ordem social ou do equilíbrio ambiental. (2) A impureza do desejo é a tendência a ser governado pelos impulsos ilusórios: avareza, ira, estupidez, arrogância e dúvida. (3) A impureza dos seres vivos é a decadência física e espiritual do ser humano. (4) A impureza do pensamento ou das ideias é preponderância de ideias errôneas, como as cinco ideias falsas. (5) A impureza da vida é a brevidade da duração da existência dos seres humanos.
10. Tz’u-en (632-682): Fundador da escola Características do Dharma (Fa´hsiang) na China.
11. Shan-wu-wei (637-735): Monge indiano que difundiu, pela primeira vez na China, os ensinos do budismo esotérico. Traduziu um grande número de escrituras esotéricas, incluindo o sutra Mahavairochana.
12. Vinte e cinco domínios da existência: Subdivisões do mundo tríplice — quatorze domínios do mundo do desejo, sete do mundo da forma e quatro do mundo da não forma. Esses vinte e cinco domínios correspondem à categoria dos seis caminhos ou seis mundos inferiores.
13. Seis caminhos: O Inferno e os estados dos espíritos famintos (Fome), dos animais (Animalidade), dos asura (Ira), dos seres humanos (Tranquilidade), dos seres celestiais (Alegria). “Caminho” denota uma vida em processo de transmigração. Os seis caminhos eram vistos como reinos ou mundos pelos quais os seres não iluminados transmigravam repetidas vezes. Mas, se vistos como estados dinâmicos da vida, indicam condição de sofrimento ou ilusão.
14. Três maus caminhos: Os mais baixos dos seis caminhos. Eles são: Inferno, Fome e Animalidade.
15. Mundo tríplice: O mundo dos seres não iluminados que transmigram pelos seis caminhos. Em ordem ascendente, é formado pelo mundo do desejo, o mundo da forma (ou matéria) e o mundo da não forma (espírito ou vida imaterial). (1) O mundo do desejo abarca os quatro maus caminhos — os mundos de inferno (estado de Inferno), dos espíritos famintos (Fome), dos animais (Animalidade) e dos asura (Ira) — e os quatro continentes que circundam o Monte Sumeru (que contém o mundo dos seres humanos) e as primeiras seis divisões do céu (a parte inferior do reino dos seres celestiais). Os seres desse mundo vivem à mercê de diversas necessidades, por exemplo, desejo por comida, bebida e sexo. (2) O mundo da forma consta de quatro céus da meditação que, por sua vez, se dividem em dezoito céus (dezesseis ou dezessete, segundo outras fontes). Os seres que vivem nesse mundo não têm desejos ou necessidades, porém, conservam a forma física e, portanto, estão sujeitos a certas restrições materiais. (3) O mundo da não forma abarca o reino do espaço vazio ilimitado; o reino da consciência ilimitada; o reino do nada; o reino que não é pensamento nem não pensamento. Os seres desse mundo não têm desejos nem forma física, tampouco restrições materiais.
16. Pico do mundo do desejo: Conforme os sutras, o Demônio do Sexto Céu habita o mais alto dos céus do mundo do desejo, a divisão inferior do mundo tríplice.
17. Dez tipos de exército: Também dez tipos de exército do Rei Demônio. Representam dez categorias de impedimentos ou conjunto de ilusões ou desejos que surgem da escuridão fundamental para impedir a prática budista. No Tratado sobre a Grande Perfeição da Sabedoria, Nagarjuna relaciona os dez impedimentos da seguinte forma: (1) avareza; (2) aflições e preocupações; (3) fome e sede; (4) amor e prazer; (5) preguiça e inércia; (6) medo; (7) dúvidas e arrependimento; (8) ira; (9) obsessão por riqueza e fama; e (10) arrogância e menosprezo aos demais.
18. Três poderosos inimigos: Indicam três categorias de pessoas que perseguem os que propagam o Sutra de Lótus após a morte do Buda Sakyamuni, como descrito no trecho em verso de vinte linhas do 13º capítulo do Sutra de Lótus, “Devoção Encorajadora”. Essas pessoas são: (1) leigos ignorantes em relação ao Budismo que denunciam os devotos do Sutra de Lótus e atacam-nos com espadas e bastões; (2) reverendos arrogantes e astutos que caluniam os devotos; e (3) reverendos respeitados em geral que, temendo perder a fama ou o lucro, induzem as autoridades seculares a perseguir os devotos do Sutra.
19. Sutra Guirlanda de Flores: É o principal texto da escola budista Guirlanda de Flores. De acordo com esse sutra, Sakyamuni expôs seus ensinos imediatamente depois de ter atingido a iluminação sob a árvore bodhi, no reino de Magadha, na Índia.
20. Tu-shun (557-640), Chih-yen (602-668), Fa-tsang (643-712) e Ch’eng-kuan (738-
-839) foram, nessa ordem, o fundador e os sucessivos patriarcas da escola Guirlanda de Flores.
21. Chia-hsiang (549-623) é algumas vezes referido como o fundador da escola Três Tratados (San-lun); enquanto Seng-ch’üan [s.d.] foi um dos primeiros praticantes dessa escola.
22. Hsüan-tsang (602-664) e Tz’u-en (632-
-682) são considerados os fundadores da escola Características do Dharma (Fa-hsiang) na China.
23. Shan-wu-wei (637-735), Chin-kang-chih (671-741), Pu-k’ung (705-774) foram sacerdotes que difundiram o budismo esotérico na China. No Japão, foram venerados pela escola Preceitos-Verdadeira Palavra.
24. Kobo (774-835), Jikaku (794-866) e Chisho (814-891) foram sacerdotes da escola Preceitos-Verdadeira Palavra, no Japão.
25. Bodhidharma [s.d.] e Hui-k’o (487-
-593) foram, respectivamente, o fundador e o segundo patriarca da escola Zen (Ch’an) na China.
26. Shan-tao (613-681) e Honen (1133-
-1212) foram, respectivamente, o terceiro patriarca da escola Terra Pura (Ching-t’u), na China, e o fundador dessa escola no Japão.
27. Alusão a uma frase do 16º capítulo do Sutra de Lótus, “Revelação da Vida Eterna do Buda”, que diz: “O veneno havia penetrado profundamente”. A frase pertence à “Parábola do Bom Médico”. Em síntese, a parábola conta: Certo dia, quando o médico se ausenta do lar, os filhos bebem veneno por engano. Por causa disso, perdem o juízo e não aceitam tomar o remédio que o pai lhes havia preparado para curá-los.
28. Num trecho anterior de “Carta aos Irmãos”, Nitiren Daishonin diz: “O Grande Mestre Tient’ai [da China] comentou: ‘Se encontrarem um mau amigo, vão perder a mente da verdade. ‘Mente da verdade’ indica a mente que acredita no Sutra de Lótus, enquanto ‘perder’ significa trair a própria fé no Sutra de Lótus e transferi-la aos outros sutras” (WND, v. 1, p. 495).
29. Trecho em verso de vinte linhas: Parte final do 13º capítulo do Sutra de Lótus, “Devoção Encorajadora”, no qual uma multidão incalculável — ou, mais especificamente, “oitocentos bilhões de nayuta” — de bodhisattvas jura a Sakyamuni propagar o Sutra na época maléfica posterior à morte do Buda. Esta parte é denominada “verso de vinte linhas”, pois, na tradução chinesa, esta é a métrica adotada.
30. Escuridão fundamental: Ilusão mais profundamente arraigada e intrínseca à vida, que origina todas as demais ilusões. A escuridão fundamental é a incapacidade de ver ou de reconhecer a verdade, em especial, a real natureza de nossa vida. Nitiren Daishonin interpreta a escuridão fundamental como ignorância com a Lei suprema, ou ignorância de que nossa vida é a manifestação da Lei — do Nam-myoho-rengue-kyo.
31. Iluminação quase perfeita: Dos cinquenta e dois estágios da prática do bodhisattva, corresponde ao nível cinquenta e um. É um estágio quase equivalente à perfeita iluminação do Buda, o último nível que um bodhisattva deve conquistar para atingir o estado de Buda.
32. Perfeita iluminação: O nível mais elevado dos cinquenta e dois estágios da prática do bodhisattva, ou seja, o estado de Buda.
33. Natureza fundamental da iluminação: É a natureza primordial da suprema iluminação do Buda, da qual a vida de todas as pessoas está dotada. Corresponde ao estado de Buda ou à natureza de Buda.
34. Ryokan (1217-1303): Também conhecido como Ninsho. Sacerdote da escola japonesa Preceitos-Verdadeira Palavra. Em 1267, sob o patrocínio do clã Hojo, Ryokan passou a ser prior do templo Gokuraku, em Kamakura. Hostil a Nitiren Daishonin, recorreu a figuras influentes e poderosas para perseguir o Buda e seus seguidores. Foi Ryokan quem tramou diversas perseguições contra Daishonin e os discípulos.
35. Yasumitsu Ikegami: Leal seguidor de Ryokan. Yasumitsu opôs-se veementemente à fé dos filhos, Munenaka e Munenaga. Deserdou o mais velho, Munenaka, duas vezes (em 1275 e 1277). Com essa manobra, buscava criar rivalidade entre os filhos e convencer o mais novo, Munenaga, a renunciar à fé para herdar os direitos de sucessão e receber as propriedades do pai. Porém, apoiado na orientação de Nitiren Daishonin, Munenaga manteve a fé junto com o irmão e, em 1278, depois de vinte e dois anos de prática, por meio do esforço conjunto, finalmente eles converteram o pai aos ensinos de Nitiren Daishonin.
36. Natureza de Buda: Causa ou potencial interno para atingir o estado de Buda.
37. Na “Carta aos Irmãos”, Nitiren Daishonin cita o sutra Parinirvana: “É por causa dos benefícios obtidos por proteger a Lei que elas serão capazes de amenizar seus sofrimentos e retribuições nesta existência” (WND, v. 1, p. 497).
38. Sutra Parinirvana: Também conhecido como sutra Mahaparinirvana. Versão chinesa do Sutra do Nirvana em seis volumes, traduzido por Fa-hsien e Buddhabhadra, por volta de 417. Descreve oito tipos de sofrimentos: (1) ser desprezado; (2) ser amaldiçoado com uma aparência feia; (3) carecer de roupa; (4) carecer de alimentos; (5) buscar riqueza em vão; (6) nascer numa família pobre e de posição inferior; (7) nascer numa família que mantém visões errôneas; (8) ser perseguido pelo soberano.
39. Garoto Montanhas de Neve: Nome do Buda Sakyamuni numa de suas existências passadas, quando realizava a prática de bodhisattva. A divindade Shakra, decidida a testar a determinação do menino, aparece diante dele sob a forma de um demônio faminto. Depois de ouvir a primeira parte de um ensino budista recitado pelo demônio, o menino lhe suplica que revele a outra metade. O demônio aceita. Porém, exige em troca a carne e o sangue do garoto, que promete, de bom gosto, oferecer o corpo ao demônio. Ele então lê para o menino a segunda metade do ensino. Quando o garoto está prestes a cumprir o prometido, o demônio recobra a forma anterior, revelando-se como Shakra. A divindade elogia a atitude de Montanhas de Neve de não poupar a própria vida em prol da Lei.
40. Shakra: Também conhecido como Sha­kra Devanan Indra, ou simplesmente, Indra. O lorde ou o rei das divindades na antiga crença védica e hindu. Junto de Brahma, é uma das principais divindades protetoras do budismo. Shakra é descrito em muitos sutras como uma função que põe à prova a determinação dos praticantes. Assim, costuma adotar várias formas, por exemplo, a figura de um brâmane ou de um demônio. Conforme o primeiro capítulo do Sutra de Lótus, “Introdução”, Shakra participou na assembleia sobre o Pico da Águia em que o Sutra foi pregado, acompanhado de vinte mil seguidores.
41. Rei Shibi: Nome de Sakyamuni numa de suas existências passadas, quando realizava a prática de bodhisattva. Certo dia, a divindade Vaishravana (ou, segundo outras fontes, Vishvakarman) e Shakra decidiram testá-lo. Um adotou a forma de uma pomba, e o outro, a de um falcão. Esse último perseguiu implacavelmente a primeira, que buscou refúgio no manto do rei Shibi. O falcão faminto exigiu a pomba como alimento. Mas o rei Shibi resolveu salvá-la, dando à ave de rapina um pedaço da própria carne, equivalente ao peso do corpo da pomba.
42. Vaishravana: Um dos quatro reis celestiais da mitologia budista, considerado o mais proeminente de todos. Segundo a crença, essa divindade sempre protege os lugares em que o Buda prega seus ensinos. No 26º capítulo do Sutra de Lótus, “Dharani”, jura proteger os devotos do Sutra. No Japão, onde é conhecido como Bishamon-ten, é venerado como uma das sete divindades benéficas.
43. Dez filhas-demônio: Dez divindades protetoras femininas mencionadas no Sutra de Lótus como “filhas dos demônios rakshasa” ou como “as dez filhas rakshasa”. No 26º capítulo do Sutra de Lótus, “Dharani”, elas juram proteger os devotos do Sutra e declaram que punirão os que fizerem mal a esses praticantes.
44. Perseguição de Atsuhara: Sucessão de ameaças e atos de violência perpetrados contra os seguidores de Daishonin na vila de Atsuhara, Distrito Fuji da Província de Suruga, que começaram em 1275 e persistiram até 1283, aproximadamente. Em 1279, vinte camponeses foram presos injustamente e enviados a Kamakura. Ali, Hei no Saemon submeteu-os a um brutal interrogatório, exigindo-lhes a renúncia à fé. Porém, nenhum deles cedeu. Dias depois, três desses camponeses morreram decapitados: os irmãos Jinshiro, Yagoro e Yarokuro. Estes ficaram conhecidos como os “três mártires de Atsuhara”.
45. Hei no Saemon (1293): Proeminente oficial da regência Hojo (serviu aos regentes Tokimune e Sadatoki). Foi o governante que, de fato, deteve o poder da nação japonesa durante o período Kamakura (1185-1333). Concentrou em sua pessoa enorme influência. Primeiro, como subdelegado do Departamento de Assuntos Militares (cujo titular era o xogum), e depois, como administrador da principal ramificação do clã Hojo. Na época em que ocorreu a Perseguição de Tatsunokuti, ele detinha os controles militar e político. Compactuou com Ryokan, do templo Gokuraku, e foi o principal mandante das perseguições contra Nitiren Daishonin e das opressões aos discípulos do Buda.
46. Nitiren Daishonin diz: “Para mim, Nitiren, os maiores aliados que tive para atingir o estado de Buda foram Kaguenobu, os sacerdotes Ryokan, Doryu e Doamidabutsu, Hei no Saemon e o lorde de Sagami. Sinto gratidão ao pensar que, sem eles, não poderia provar a mim mesmo que sou o devoto do Sutra de Lótus” (WND, v. 1, p. 770).
47. Grande Mestre Miao-lo (711-782): Sexto patriarca da escola Tient’ai, da China. Entre suas obras destacam-se: Anotações sobre “Profundo Significado do Sutra de Lótus”, Anotações sobre “Palavras e Frases do Sutra de Lótus” e Anotações sobre “Grande Concentração e Discernimento”.
48. Anotações sobre “Grande Concentração e Discernimento”, de Miao-lo.
49. Transformação do veneno em remédio: Princípio em que os desejos mundanos e os sofrimentos podem converter-se em benefícios e em iluminação por meio do poder da Lei Mística.
50. Lorde Wada é Wada Yoshinori (1147--1213), um oficial militar do regime de Kamakura que foi astutamente induzido a lutar contra o clã Hojo, e cuja família inteira foi exterminada. A expressão “governador de Wakasa” alude a Miura Yasumura (m. 1247), parente dos Hojo por enlace matrimonial, mas que foi acusado de traição. Toda a família e ele perderam a vida em combate.
51. Masakado é Taira no Masakado (m. 940), guerreiro que exerceu grande poder na região leste do Japão; e Sadato é Abe no Sadato (1019-1062), chefe de um poderoso clã também do leste do país. Ambos foram mortos em combate contra as forças imperiais.
52. Nanjo Tokimitsu (1259-1332): Fiel seguidor de Nitiren Daishonin e lorde da Vila de Ueno, no Distrito Fuji, Província de Suruga. Durante a Perseguição de Atsuhara, usou sua influência para proteger os companheiros de fé, abrigando muitos deles na própria casa. 
53. Pico da Águia: Lugar onde Sakyamuni pregou o Sutra de Lótus. O Pico da Águia simboliza a terra do Buda ou o estado de Buda. Nesse sentido, costuma-se utilizar a expressão “terra pura do Pico da Águia”.
54. Três venenos da avareza, ira e estupidez: Os males fundamentais inerentes à vida e que fazem o sofrimento humano se manifestar. No Tratado sobre a Grande Perfeição da Sabedoria, de Nagarjuna, os três venenos são considerados como a fonte de todas as ilusões e desejos mundanos. Os três venenos são assim chamados porque contaminam a vida das pessoas e impedem-nas de voltar sua mente e seu coração para a benevolência.
55. Rei Demônio do Sexto Céu: Também conhecido como “Rei Demônio” ou “Demônio Celestial”. Soberano das funções maléficas que, na mitologia budista, habita o mais elevado céu, ou o sexto céu do mundo do desejo. Também chamado “Demônio que se Regozija em Manipular Livremente as Pessoas e em Usurpar o Fruto dos Esforços Delas”. Servido por incontáveis subordinados, ele obstrui a prática budista e se satisfaz em consumir a energia vital de outros seres. Personifica a tendência negativa de impor a própria vontade aos demais a qualquer custo.
56. Concentração e discernimento: Todo o sistema de meditação apresentado pelo Grande Mestre Tient’ai em Grande Concentração e Discernimento, sendo seu supremo objetivo perceber “a região do insondável”, isto é, a unificação das três verdades dentro da mente ou os Três Mil Mundos num Único Momento da Vida. “Concentração” significa enfocar a mente em determinado ponto sem nenhuma distração, e “discernimento” quer dizer enxergar todas as coisas da forma como elas são, ou a percepção que penetra a suprema realidade, ou verdadeiro aspecto, de todos os fenômenos.
57. Cinco componentes (pancha-skandha, em sânscrito): Também chamados de cinco componentes da vida, cinco agregados ou cinco skandhas. Os cinco componentes são: forma, percepção, concepção, volição e consciência. O Budismo sustenta que esses elementos constituintes se unem tem­po­rariamente para constituir um ser vivo. Juntos, formam também um dos três mundos da existência, e os outros dois são o mundo dos seres vivos e o mundo do meio ambiente.
58. Tratado sobre a Grande Perfeição da Sabedoria: Comentário abrangente sobre o Sutra da Grande Perfeição da Sabedoria. Sua autoria é tradicionalmente atribuída a Nagarjuna. O tratado é altamente valorizado como referência no estudo geral do pensamento Mahayana. Nagarjuna (c. 150-250) foi um erudito Mahayana do sul da Índia que escreveu muitos tratados importantes, entre eles o Tratado sobre o Caminho do Meio, e causou grande impacto no desenvolvimento do pensamento budista na China e no Japão. Nitiren Daishonin identifica Nagarjuna como um sucessor que compreendeu de forma correta a verdadeira intenção de Sakyamuni.
59. Nove Mundos: Nove primeiros dos Dez Mundos; os demais mundos, com exceção do mundo dos budas, ou o estado de Buda. Os Nove Mundos são apresentados em contraste com o mundo dos budas para indicar o mundo da ilusão ou impermanência. Estes são os mundos ou domínios do inferno, dos espíritos famintos, dos animais, dos asura, dos seres humanos, dos seres celestiais, dos ouvintes, dos que despertaram para a causa e dos bodhisattvas.
60. Escola Tendai: Equivalente japonesa da escola budista chinesa Tient’ai (Tendai, em japonês), fundada no início do século 9 pelo sacerdote japonês Dengyo (767-­822), também conhecido como Saityo. No entanto, devido à atitude tolerante com relação aos ensinamentos de outras escolas, incluindo a Preceitos-Verdadeira Palavra, a Terra Pura (Nembutsu) e a Zen, por volta da época de Daishonin essa escola havia perdido a postura de se basear rigorosamente no Sutra de Lótus.
61. As outras sete escolas são as três escolas Hinayana do Tesouro da Análise do Dharma, Estabelecimento da Verdade e Preceitos, e as quatro escolas Mahayana das Características do Dharma, Três Tratados, Guirlanda de Flores e Preceitos-Verdadeira Palavra.
62. Guardiães do inferno: Demônios na mitologia budista que atormentam os transgressores que caíram no inferno. Trabalham para Yama, ou o rei do inferno, que dizem julgar e determinar as recompensas e punições atribuídas aos falecidos.
63. Jikaku (794-864), também conhecido como Ennin, foi o terceiro prior templo Enryaku, principal centro da escola Tendai no Japão. Discípulo de Dengyo, fundador dessa escola, Jikaku viajou no ano de 838 para a China, onde estudou sânscrito e budismo esotérico. Durante a época em que ele viveu, a escola Tendai incorporou o budismo esotérico à sua doutrina original. Chisho (814-891), também conhecido como Enchin, foi o quinto prior do templo Enryaku. Ele contribuiu para o desenvolvimento do esoterismo Tendai, iniciado por Jikaku. Nitiren Daishonin refutou duramente tanto Jikaku como Chisho, denominando-os mestres equivocados que haviam destruído os ensinamentos de Dengyo e desviado as pessoas.
64. Em “Retribuição das Dívidas de Gratidão”, Daishonin escreveu: “Hoje, aqueles que caluniam a Lei ocuparão todo o país, e eu, Nitiren, vou atacá-los, firme em minha determinação de defender o que é justo e correto. Nós não combatemos com menos ferocidade que os asura e o deus Shakra nem que o Buda e o Rei Demônio” (Cf. WND, v. 1, p. 716).
65. Sutra dos Seis Paramitas: Sutra traduzido para o chinês em 788 por Prajna, monge do norte da Índia, que explica em detalhes os seis paramitas, ou seis tipos de prática, que os bodhisattvas devem realizar para atingir a iluminação.
66. Uma passagem semelhante consta no Sutra do Nirvana: “Que eu domine minha mente e não deixe minha mente me dominar!” (WND, v. 2, p. 5)

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